Lei Anti-Otaku: Governo de Tokyo quer proibir e classificar mangás, animes e games

sexta-feira, 4 de março de 2011

Já faz alguns dias que está tendo uma movimentação dos fãs de animes e mangás no Japão e na internet. Isso se deve a uma lei que entrou no estagio final de votação essa semana. Com o nome de ''Decreto para Desenvolvimento Juvenil Saudável” essa nova lei tem a finalidade de regulamentar a venda e toda movimentação de mangás, animes e games em Tokyo, isso é, impedir que produtos com pornografia, estupro e violência em alto grau de todos os tipos. Sendo assim classificar o material como para maiores de 18 anos e banir títulos que façam algum tipo de apologia ao estupro, incesto, sexo entre e com crianças. Os géneros Yaoi e Yuri também estão na mira da lei.

Um grupo intitulado “Amakudari” irá verificar cuidadosamente todo o material distribuído em Tokyo para determinar o que é descente e o que não é. Entre vários objectivos da lei está acabar com o género Lolicon e Shotacon, onde normalmente as histórias abordam sexo entre crianças e adultos (por mais que seja da vontade de ambos os lados na maioria das vezes) e entre duas crianças. De acordo com o mangaka Shouko Takaku sua editora já o proibiu de usar uniforme e características que lembrem estudante em seu mangá. Algo pior ocorreu com Kanako Meiji que corre risco de ter seu trabalho de Abril de 2011 cancelado. A preocupação de impedir que material com sexo entre crianças seja publicado é algo compreensível. Mas ainda sim, talvez, fosse melhor classificar como para maiores de 18 e não banir. No caso uma revisão do material é algo inevitável.

A Lei é um pouco vaga, não diz até onde pode ser usada. Sendo assim, games com cenas violentas, cenas de estupro e actividades homossexuais também seriam proibidos. Mas parece textos, fotos e vídeos de pessoas reais executando tais actos não são proibidos pela lei. Somente em desenhos, pinturas e imagens digitais (geradas por computador, ou o famoso 3D).

Conteúdo de incesto também está no grau proibido. A reprodução de actos sexuais entre duas pessoas que não podem se casar perante a lei é totalmente proibida. Mas vale lembra antes que comentem algo assim, no Japão não é crime ter relação incestuosa, mas também não se é permitido CASAR.

Actividades sexuais contendo alto grau de violência também estão proibidos. Sendo assim, títulos que misturem sexo (consensual ou não) com actividades violentas como agressão física, desmembramento e tortura. Outra ângulo da lei também proíbe publicações com sexo e relação homossexual. Os famosos Yaoi (ou Boys Love) e Yuri. Essa parte da lei é uma certeza que será friamente executada se aprovada, já que o presidente do governo metropolitano de Tokyo, Shintaro Ishihara, já disse publicamente que homossexuais são criaturas deploráveis e geneticamente defeituosos.

O Resultado da votação deve ser concluído hoje e se aprovada a lei entra em vigor a partir de Julho de 2011. Mas existe uma grande movimentação contra essa lei. Como o primeiro ministro japonês, Naoto Kan, que criticou duramente a lei afirmando que por mais que se deva lutar para que os jovens tenham um bom crescimento não se deve prejudicar o anime e mangá que são uma base forte na economia e cultura japonesa. A editora Shueisha , assim como outras, através de um de seus CEO informou que não irá comparecer na Tokyo International Anime Fair 2011, assim como deve ser feito no maior evento de comics do oriente, a Comiket. Ambas ocorrem em Tokyo. Sendo assim o turismo da cidade também corre risco de ser seriamente prejudicado. óbvio todo o comercio relacionado a mídia digital e desenhada. Para quem não sabe a Shueisha é dona da Jump Comics, sendo assim títulos como Naruto, One Piece, Bleach, Fullmetal Alchemist e semelhantes. As editoras são totalmente contra alta censura promovida pela lei que tenta se disfarça de classificatória em algumas partes mas visa proibir que artistas usem sua criatividade ao máximo que podem.

O ato do governo de classificar o material com faixa etária é uma saída aceitável ao contrario da censura. Infelizmente é mais fácil erradicar do que educar. Seria mais fácil criar uma hora nas escolas onde pessoas que trabalham com o produto e especialistas na área da educação ensinem aos jovens, a partir das crianças e reforçando os adolescentes, que aquilo é um produto de ficção e que reproduz coisas erradas e certas de se fazer. Assim como os país devem fazer em casa, proibir não é solução, ensinar. Devemos usar mangás como Death Note para ensinar, explicando ao jovem o que ocorre ali. Assim podemos criar leitores e pessoas melhores. Antigamente tínhamos o sexo como algo proibido de se falar, ver e fazer. Mas hoje temos aulas onde os jovens falam abertamente com especialistas em esclarecerem suas duvidas. Por mais que o governo acabe com algo só vai atacar uma forma de entretenimento e cultura e não um mal da sociedade.

O mal que abala a sociedade é a ignorância. Classificar por idade, criar postos de venda específicos para certos materiais (como os que contenham alto conteúdo sexual), e novamente digo, educar os jovens é a solução. Afinal os jovens vão chegar a esse conteúdo nem que seja por algo real que ocorreu e passou no jornal. A solução é educa-los para que saibam o que é certo no mundo real e o que não é. Para que tenham consciência que a ficção é para ficar no mundo da fantasia. Essa é a minha opinião pessoal. Espero que nesse post tenha conseguido expor de maneira clara e direta a situação actual e expor também meu ponto de vista. Vocês também devem expor os seus. Afinal algo assim só se ganha com bons argumentos. Dizer que não gosta ou que é errado não basta se você não souber defender sua causa.

0 comentários:

Postar um comentário